Correio de Sergipe | 15.05.2014
Aracaju possui um ambiente muito peculiar com relação à maneira que suas relações de trabalho e serviços se desenvolvem. Atrelada a uma história de famílias tradicionais, as relações de trabalho se desenvolveram na cidade (ou até em Sergipe) de duas formas: empreendedorismo familiar e funcionalismo público.
O empreendedorismo familiar se dá a partir de uma grande história relacionada aos primeiros empreendedores de uma geração. Os primeiros empreendedores da família aparecem como os pioneiros na região e consolidam verdadeiros impérios na região. Esse ciclo gera importantes centros de poder e influência.
As gerações seguintes de empreendedores seguem na verdade o caminho já trilhado, ou seja, tocando um negócio com uma certa estabilidade e sem grandes decisões e riscos a se tomar. Essa cena cria um ambiente de negócios muito pessoal atrelado a relações de confiança pessoal e famliliar, realidade diferente do esperado por empresas de fora do estado e que não possuem um relacionamento com a região apesar de terem um trabalho sério, eficiente e comprometido. Para criar um canal de comunicação com as empresas de fora de Sergipe é necessário um canal que entenda a maneira de trabalhar local, mas que também possua a visão profissional de negócios praticada pelos grandes conglomerados e investidores brasileiros e internacionais.
A segunda vertente está relacionada à uma característica também encontrada em cidades do Rio de Janeiro onde há uma forte presença de instituições públicas. Na região de Aracaju pela atuação, principalmente, da Petrobrás, boa parte da população foi e é formada em meio as atividades e funções públicas. Dessa forma, surge uma grande oportunidade para a atuação de novos empreendedores e empreendimentos que não estão sendo explorados.
Nesse cenário, surge estão, um novo empreendedorismo sergipano. Um empreendedorismo sergipano. Um empreendedorismo profissional que é capaz de competir com outros estados e fornecer serviços e produtos ainda de maior qualidade para a região, mantendo as relações existentes e a cultura regional. É preciso profissionalizar e entender o que o mundo fala sobre negócios e suas relações. Profissionalizar para desenvolver, desenvolver para crescer em uma região promissora como é o estado de Sergipe, em especial sua capital.
Esse profissionalismo melhorará as relações das empresas locais, sem perder as relações de confiança, fortalecerá as marcas de Sergipe no Nordeste e expandirá negócios para todos. Para os que ainda não perceberam a necessidade de uma profissionalização mais radical, fiquem atentos pois o mundo está cada vez menor e mais instável. Por mais sólido que o nosso negócio pareça hoje, novas concorrências e serviços surgem muito rápido. Vamos criar uma mudança a partir de dentro (de dentro do estado) e com profissionalismo explorar e interagir com novos mercados. É dessa forma, com empreendedorismo profissional, que se cria um movimento motor de desenvolvimento local.