Ano passado ganhei o livro “A Startup enxuta”, escrito por Eric Ries. A abordagem de administração tem por objetivo, transformar a maneira pela qual os novos produtos são criados, desenvolvidos e lançados. Muito bom por sinal.
Pois é, fui apresentado à nova roupagem das empresas, mas não conseguia evoluir os pensamentos de maneira tão clara junto ao mercado imobiliário, visto ao conservadorismo predominante deste setor. Desde os primórdios, a construção civil ainda é pedra sobre pedra. Mas nesse mês, na edição da Construção Mercado, da editora Pini, fui surpreendido por empresas que estão evoluindo de forma inovadora. Apesar de conhecer algumas destas inovadoras empresas, a reportagem me deu uma sensação e esperança que o mercado imobiliário passará por transformações nos próximos anos. Ficou muito claro que as estratégias assumidas por nossas empresas estão seguindo para o rumo certo: inovar é preciso.
Antes de tratarmos quanto algumas das inovações desenvolvidas pelas startups da reportagem, esclareço que startups são empresas recém-formadas, cujo intuito é criar algo novo de forma rápida e certeira. Mas para o autor Eric Reis, é uma instituição de pessoas tentando criar algo novo sob condições de extrema incerteza. Existem outros conceitos e denominações, mas acredito que o mais claro e comum em todos, é que estas empresas querem fazer a diferença em meio ao tradicional mundo empresarial. Podemos citar algumas como o Buscapé, easytáxi, sambatech, conta azul, urbe.me, meu sucesso e inúmeras outras que surgem todos os dias. Acredito até que em Sergipe, temos muitos outros exemplos, já que como no País, as startups passaram a ser a resposta para muitos empreendedores.
Retomando a reportagem da Construção Mercado, escrita por Rodrigo Petry, as startups em destaque no mercado imobiliário assumiram este papel em decorrência da busca incessante em crescer, baseadas em novas maneiras de desenvolver projetos, construir, vender e financiar. Agora, todas também tiveram grande dificuldade no início até conseguirem seus primeiros resultados, abrindo as portas para aportes financeiros de investidores. E acredito que boa parte das empresas podem até ter como modelo, grandes empresas do mercado, mas o ponto forte será a nova ótica a ser dada às relações.
Sugiro a leitura completa da reportagem, mas destaco que as inovações tratam da nova forma de incorporar assumidas pela empresa Molegolar, bem como as inovações na captação de recursos desenvolvidas pela Urbe.me, nova roupagem na locação de imóveis residenciais, apresentadas pela Sampa Housing, e a união de robótica com impressão em terceira dimensão pela empresa Urban 3D.
Voltando ao mercado conservador que é o imobiliário, destaco que o maior problema também é ocasionado pela lentidão no desenvolvimento de novas leis e aperfeiçoamento das existentes. Apesar de algumas mudanças, o mercado de incorporações é regido por uma lei de 1964, e então, fica a pergunta no ar: esta não seria hora de rever? E seguindo este pensamento quanto à lentidão das nossas revisões das leis, ressalto a falta de interesse por parte de instituições e profissionais no desenvolvimento de novas ideias que possam aliar o crescimento urbano ordenado à viabilidade de empreendimentos imobiliários inovadores e criativos.
Bom, reforço o que sempre tratamos aqui em nossos encontros quinzenais, vamos inovar e abrir os pensamentos para o novo. Da nossa parte, posso garantir que estamos evoluindo nossas tratativas, e em breve, poderemos aliar crowdfunding ao mercado imobiliário sergipano.